terça-feira, 30 de novembro de 2010

O que foi feito por estes Homens ?


Passou mais de um ano desde que tomaram posse nas respectivas Edilidades, tempo mais do que suficiente para uma avaliação geral do desempenho de cada um. O que se propõe é uma avaliação de cada um dos Exmos Presidentes, tendo em conta o que é o padrão do cargo que ocupam e o que prometeram fazer durante o mandato para que foram eleitos, não esquecer que ainda faltam 3/4 do mandato. Para ajudar na avaliação ficam aqui os links dos varios programas eleitorais;







sexta-feira, 26 de novembro de 2010

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Eu fui a Lisboa abraçar-te

Texto retirado da página da Indymédia. Vale a pena ler.

Eu fui a Lisboa abraçar-te

A ordem perturba mais do que a desordem.

Quem quiser ver, a democracia está aí: converteu a política, toda a política, no confronto com a polícia.
A política é hoje tudo aquilo que escapa ao sistema político-partidário. E contra o que escapa ao sistema político-partidário, a mentira da democracia chama a polícia.

Desta vez, não foram apenas os sitiados pelo controlo social e político – exercido pelo Estado em nome da falsa democracia – que sentiram na pele a repressão exercida pelo aparato da polícia-exército: alguns jornalistas, curiosos, transeuntes, imigrantes, ficaram espantados. Um carioca, ao entrar no Rossio às 18h da tarde ficou mudo e gelado: pensou que tinha regressado ao Morro Formiga na favela da Tijuca.
Mas a falsa democracia é por demais previsível: o ataque preventivo começou cedo. Ataque preventivo na rua, em Lisboa, ataque preventivo nos/dos Media com a série policial black block, ataque preventivo nas fronteiras. Assim desvia a falsidade da sua essência, assim limpa a ferocidade do seu Estado-Guerra: cercar o mal, isolar o desordeiro, o violento, o vândalo, os palhaços, os filhos-da-puta.
Mas se o Estado é cada vez mais guerra e cada vez mais previsível, o que dizer do PCP?

O meu avô e o meu pai foram/são comunistas. O meu avô foi preso, torturado, na prisão tentou suicidar-se para não ceder à tortura, para não ceder à violência: quis ceder a vida para não ceder a liberdade. Teve 7 dias em coma, tantos quanto os dias que ficou sob tortura do sono – a mesma tortura, entre tantas outras, que a NATO infligiu e inflige aos prisioneiros de guerra do Afeganistão e Iraque com o beneplácito do Estado português. Ao fim de 7 dias de tortura do sono, num rebate de lucidez, atirou-se a pique e de cabeça do vão das escadas do 4ª andar da prisão de Coimbra.
O meu pai, deu metade da vida pelo “partido”. Acumulou cólera e raiva, cortes nos direitos sociais e degradação da democracia. (A única coisa que ganhou foi, isso sim, o movimento de base e habitacional cooperativo que ajudou a fundar com sucesso). Acumulou mais cólera e raiva do que aquela que eu tenho.

O PCP é uma linha de comando de controlo da raiva e da cólera?

Nenhuma outra estrutura/movimento político e social no país é um “black block” em potência além do PCP.
Se a voz de comando disse-se: ocupem as fábricas, ponham cadeados nos portões, não deixem sair os camiões, o país parava. O PCP não tem de o fazer, só a ele lhe cabe essa responsabilidade, ou melhor, ao seu comité. Mas para achar a nossa responsabilidade em tudo o que fazemos, temos sempre que confrontar aquilo que realmente fazemos com as possibilidades do que poderíamos fazer e não fazemos. Nessa diferença, podemos achar a nossa irresponsabilidade.
Pergunto – não à voz de comando, aquele que declara à Lusa (Fonte: TVI) que as pessoas que foram impedidas de entrar no protesto «não pediram antecipadamente para fazer parte do corpo principal da manifestação»; ou ainda, citando a reportagem assinada no JN por Catarina Cruz, Carlos Varela e Gina Pereira, “o único caso de maior preocupação deu-se, a meio da tarde, quando um grupo não organizado foi cercado pelo Corpo de Intervenção da PSP, junto ao Marquês de Pombal. A intervenção policial deu-se a pedido dos organizadores da manifestação que perceberam que mais de 100 pessoas iam integrar o protesto. A polícia, fortemente armada, cercou o grupo na cauda do cortejo” –, pergunto a tantos comunistas e simpatizantes do PCP (e já agora aos outros movimentos partidários que a integravam) se têm o direito de impedir que um outro grupo de cidadãos exerça o mesmo direito que eles próprios gozaram no mesmo sítio, à mesma hora?
O que o PCP fez (ou a organização submetida à lógica centralista e autoritária do PCP) foi ilegal, ilegítimo e, sobretudo, um ultraje. E para fazer cumprir uma ilegalidade, chamou a polícia. E ditou-lhes: façam desta forma, cerquem esse grupo de cidadãos, ou seja, exerceu com eficácia o seu poder sobre as autoridades condicionando-as a agir fora da lei. Conseguiu o apartheid. Foi a peça que faltava no puzzle montado pelo circo do poder para legitimar mediaticamente a NATO, a sua cimeira, a sua máquina de guerra.
Foram três as entidades que montaram o circo mediático de legitimação da Cimeira da Nato: as altas-esferas políticas; a Polícia e os seus vários serviços; e os Media de Informação de Massa.
E o circo mediático tinha uma pedra-chave em todo processo de desvio da essência assassina da NATO e limpeza do sangue do seu cadastro criminal: os black block.
15 dias antes, começou-se a armar a tenda: telejornais transformados em séries policiais.
Os black block seriam a pedra-chave para montar o cerco, para apontar o adversário, para legitimar a repressão. Bastaria um carro a arder ou uma montra partida e, passe de mágica, o espectador lá de casa pensaria: de facto, os gajos da NATO até têm razão, estes tipos anti-Nato são uns arruaceiros. E todos os manifestantes passariam a ser arruaceiros e os senhores da Guerra uma espécie de caritas global d’ ajuda ao outro!
Mas desta vez, a tripla entente (Estado-Guerra, polícia e Media) não precisou de polícia infiltrada a partir as montras, para isolar o adversário, para desviar a atenção dos 35 mil mortos civis afegãos, os torturados, o horror, o ódio, o terror espalhado pela NATO. Tinham a voz de comando do PCP: a farsa dos B.B (barbies big-brother), a psicose colectiva instigada na TV por Estado-Guerra, Polícia e Media, passava a ter a sua realidade na manifestação contra a cimeira da Nato.
Nessa lógica, o PCP integrou a lógica do Estado: primeiro, limitou a sua actividade de protesto à legitimidade imposta pelo Estado da falsa democracia, como sempre tem feito (uma greve geral em 22 anos é uma espécie de suicídio assistido pelo capitalismo…), depois impedem um grupo de pessoas de juntar-se a uma só voz contra a Guerra, contra a NATO.

Cerquem esse grupo, cacem-nos, porque a democracia está em perigo!

E cercados que estávamos, passámos a ser o adversário, o arruaceiro, o vândalo, o criminoso que vem na TV. Nem uma pedra atirámos. O que o PCP e a polícia-exército fizeram foi fazer-me sentir, num par de horas, um palestino.
Num par de horas, a violência do cerco policial, converteu-nos em palestinos e palestinas (sem querer dramatizar, é apenas uma imagem, pois sei bem a diferença que vai entro um cerco num par de horas e um cerco total durante 3 gerações…). Nem sequer uma pedra atirámos. (Nem sequer aquelas garrafas d’água que se esborracharam no Vital Moreira… talvez tivessem sido anarcas com credencial!!!!!!!!!).
Entre pacifistas, libertários, membros da PAGAN, anarquistas e outros tantos seres como eu sem serem “istas” de nada, ali estiveram demonstrando a sua não-violência num momento inusitado de demonstração da violência do Estado e de clara violação de dois direitos fundamentais, o direito à manifestação em qualquer espaço público sem prévia autorização e o direito à livre circulação no espaço público do território nacional (não nos esqueçamos que ao longo do percurso foi-nos sucessivamente negado o acesso livre ao território que a voz de comando determinou que não podíamos pisar). À nossa volta, acabava a falsa democracia… mas quando a (falsa) democracia chega tão longe…

Sitiados, com polícias que nos ladeavam enfileirados a um metro ou dois de distância uns dos outros, já não tínhamos mais nada senão o corpo. Caçados os direitos, era a sobrevivência do corpo. A liberdade de ser corpo. Nada mais. Não atirámos uma pedra.

Por isso, no fim, quando te abracei, sei que abracei outro corpo, tão vivo quanto o meu, só violência de lágrimas. Mais nada.

Temos de voltar a fazer amor com a liberdade ou a democracia deixará de existir.

Pelo estado de ruína da cidadania, pela crescente militarização da polícia, pelo estado de ódio e controlo social, os nossos filhos (aqueles que continuem a afirmar a liberdade com a vida) caminharão já não escoltados de cada lado por um polícia, mas por tanques de guerra. Então, seremos cada vez mais palestinos e palestinas, cada vez mais cercados, e o nosso corpo, para viver, vai ter de explodir.

Júlio do Carmo Gomes

Mais duas breves notas:
Ainda os finlandeses impedidos de entrar na fronteira portuguesa. Num dia da vida deles, cada um desses homens, disse: o meu corpo não será uma arma. Nenhum Estado me obrigará a pegar numa arma. O meu corpo não tirará a vida a outro corpo. Objectores de consciência, pacifistas entranhados, vinham juntar-se aos activistas que em Lisboa condenaram outro tipo de homens: aqueles que, num dia da vida deles, não tendo coragem para matar com o seu próprio corpo, mandaram outro corpo puxar o gatilho. O que espanta não é a arbitrariedade da polícia, o abuso da autoridade, a sua insuficiência. Mas a normalização da violação de um direito fundamental. Já alguém apresentou uma queixa contra o Estado português no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem?

Na acção de desobediência civil não-violenta levada a cabo na manhã de sábado o ambiente de protesto e mesmo a actuação policial acabou por correr sem ânimos exaltados, com relevo para a calma dos activistas e para a descoordenação da polícia (por exemplo, não conseguiram evitar um acidente de duas viaturas, sem qualquer gravidade, não tinham carrinhas suficientes para os detidos, e, numa cidade sitiada por polícias, só passado 25 minutos passaram a ser em número igual aos dos activistas…). Em todo o tempo em que estive lá a observar, como testemunha e prestando o meu apoio aos activistas, só vi uma pessoa exaltada: Paulo Moura, jornalista do Público. Indignado comigo pelo facto de eu não ter conseguido, pelo desenrolar das circunstâncias, cumprir com o que com ele tinha combinado: ler o comunicado dos activistas uma única vez diante de todos os jornalistas presentes. Não foi possível. Não estava lá como profissional de conferências de imprensa… Exaltado, para espanto também das outras duas pessoas que assistiam aos seus amuos devido à sua árdua tarefa de jornalista violentado nos seus direitos humanos pelo conferencista de serviço, o espanto atingiu o clímax com o comentário do ofendido: “Vocês são iguais aos gajos lá de baixo da Cimeira”. Mesmo ficando na dúvida se apenas se referia aos adidos de imprensa dos senhores da guerra, respondi-lhe: “Nenhum de nós tem as mãos manchadas de sangue”. O profissional acalmou-se, respirou fundo, recompôs-se da figura: “Só tenho uma pergunta: quantos foram detidos?”. Ora, para isso, tem a polícia

WEHAVEKAOSINTHEGARDEN

terça-feira, 23 de novembro de 2010

15ª Mostra Gastronomica da Caça


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A virgem ofendida

Os deputados do PS e do PSD que negociaram e acordaram a lei do financiamento dos partidos estão indignados com as críticas que têm vindo a público sobre a falta de transparência da nova lei, que segue na próxima semana para promulgação presidencial. "Indigna-me porque parece que há pessoas mais honestas do que outras", disse Ricardo Rodrigues, vice-presidente da bancada do PS que deu a cara pelas alterações à lei.
O professor Luís Sousa, especialista em corrupção, tem sido uma das vozes mais críticas a estas alterações, considerando que são "um retrocesso" e uma "vigarice legislativa".

Olha, olha, temos uma virgem ofendida no Parlamento. Oh, Sr. Ricardo, claro que há pessoas mais honestas que outras. Pode é colocar a questão de se saber em que lugar na escala de e honestidade o colocamos e aí as histórias que têm acompanhado no passado não o ajudam muito. E, pelos vistos a lei que agora querem aprovar a meias com o PSD também não.

WEHAVEKAOSINTHEGARDEN

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ramal de Mora ?!


Foi a necessidade de fazer escoar os produtos agrícolas da zona norte do distrito de Évora para a capital do distrito e depois até Lisboa que levou à construção do Ramal de Mora.
Da mesma forma era por esta linha que se fazia o transporte de massas alimentícias fabricadas na famosa Fábrica dos Leões, em Évora.
Este ramal tinha cerca de 60 km, ligava Mora a Évora e servia ainda as povoações dos concelhos de Évora, Arraiolos e Mora.



Esta linha foi inaugurada em 11 de Julho de 1908 e a ideia era a ligação à Linha do Leste, em Ponte de Sôr. Este projecto nunca foi concretizado.
Com o passar dos anos os poucos passageiros e mercadorias levaram ao encerramento definitivo da linha, em 1988.
Os carris foram removidos, tendo a Câmara Municipal de Évora aproveitado a linha férrea para construir uma Ecopista (destinada a peões e bicicletas), que liga Évora à Graça do Divor.
A ligação, por Ecopista, de Mora à Graça do Divor possibilitaria uma Ecopista com 60km, ligando assim Mora a Évora. Este parece ser um projecto da Câmara Municipal de Mora… pelos vistos adiado…
FOTOS

ESTAÇÕES E APEADEIROS DO RAMAL DE MORA


Évora – km 0
Leões – km3
Louredo – km7
Graça – km14
Arraiolos – km25
Vale do Paio – km32
Pavia – km43
Cabeção – km51
Mora – km60
Fonte: Wikipédia

domingo, 14 de novembro de 2010

Nas nossas mãos e na nossa inteligência




"Não tenham vergonha de dizer que são pobres! Não tenham vergonha de dizer que têm fome!"
Baptista Bastos
b.bastos@netcabo.pt


Estas pungentes exclamações foram proferidas pela médica Isabel do Carmo, no último "Prós e Contras" da RTP-1. Acrescentou que a questão fundamental é a do sistema, que está totalmente errado e que consigo arrasta um mar de miséria, de fome e de desespero. Aliás, um pouco por todo o lado o problema do capitalismo está a ser contestado (às vezes com extrema violência) e estudado nos seus múltiplos aspectos. No caso português, é um sistema roto e desvairado. Nas últimas décadas, os seus representantes políticos, o PS e o PSD, obedientes servis aos ditames e às normas, conduziram a nossa terra a uma situação intolerável. Não digo nada de novo. Só um deformado moral ou um mal-intencionado podem fazer o elogio deste estado de coisas.

Claro que o capitalismo tem encontrado sempre formas e fórmulas de, camaleonicamente, se adaptar às circunstâncias históricas, com pequenas cedências sociais que o vão mantendo. A força maior do capitalismo é essa quase infinita possibilidade de se respaldar no trabalho dos outros. A implosão do comunismo (e tomo o conceito "comunismo" com as maiores precauções e reservas) alargou, direi: endemicamente, o sistema vencedor. E este não soçobrará, tão cedo, exactamente porque o seu antagonista morreu às mãos dos seus próprios mantenedores.

Pouco ou nada é debatido, hoje, em Portugal. Os panegiristas do "mercado" entendem-no como sacrossanto, e os nossos escritores abandonaram-se às suas pequenas e lastimosas vidinhas, recolhendo-se a uma mediocridade social que contradiz as grandes tradições de intervenção da cultura portuguesa. Num livro a vários títulos notável, e cuja leitura vivamente recomendo, "Um Tratado sobre os Nossos Actuais Descontentamentos", Edições 70, Tony Judt, um dos mais importantes pensadores políticos contemporâneos, falecido há poucas semanas, adverte-nos para os perigos que nos ameaçam com um "sistema único" e ideário sem oposição intelectual. Chamo particularmente a atenção dos meus Dilectos para o capítulo "1989 e o Fim da Esquerda", que começa com esta axioma de Adam Michnik: "O pior do comunismo é o que vem a seguir."

O autor escreve: "Com o colapso [do comunismo] desfez-se toda a meada de doutrinas que durante mais de um século haviam ligado a Esquerda. Por mais pervertida que fosse a variação moscovita, o seu desaparecimento repentino e completo só podia ter uma repercussão desestabilizadora em qualquer partido ou movimento que se afirmasse 'social-democrata'. Essa era uma peculiaridade da política de Esquerda. Mesmo que todos os regimes conservadores e reaccionários do mundo implodissem amanhã, com a imagem pública irremediavelmente manchada pela corrupção e incompetência, a política do conservadorismo sobreviveria intacta. Os argumentos para 'conservar' continuam tão viáveis como sempre. Mas, para a Esquerda, a ausência de uma narrativa sustentada historicamente deixa um espaço vazio."

Apliquemos a Portugal (mas, também, ao resto do mundo) o conceito ideológico contido nesta admirável fórmula. Esvaziada do "inimigo principal", o caminho seria, inevitavelmente, o capitalismo, pois "pelos vistos, nada mais havia." Esta esquizofrenia impeliu os partidos "socialistas" a avançar por ínvias sendas, com o resultado que se conhece. A "terceira via" de Tony Blair não é, somente, um logro: é uma traição inominável, que conduziu ao apoio de um criminoso de guerra, W. Bush, e à pessoal abdicação do seu animador inglês. Adicione-se que Blair amealhou uma fortuna fabulosa, e os aplausos que lhe dirigiam apagaram-se na apagava e vil tristeza do seu destino.

Se havia algo de esquizofrénico na social-democracia pós Muro de Berlim, as apressadas solidariedades a que se comprometeu deram origem a outra esquizofrenia: a da Esquerda. Podemos aplicar estas reflexões ao caso português? Podemos e devemos. Quando Mário Soares meteu o "socialismo na gaveta" abria o armário a todas as solicitações e emboscadas. Mas ele sabia muito bem o que fazia. Arrependeu-se, mais tarde, tendo em conta as suas declarações e pronunciamentos posteriores, mas, na ocasião, já era incensado pela Direita mais retrógrada. Cavaco encontrou o caminho escancarado para todas as malfeitorias. E o surgimento de António Guterres, conhecido pelo Beato António, é a lógica decorrência de todos esses abandonos e negligências.

Sócrates é o produto típico desse clima de falsa euforia. Acontece que não sabe de ideologia e navega ao sabor dos ventos. Porém, as vítimas somos nós. Pedro Passos Coelho é um homem cordial, educado e ambicioso. Só isso. Não serve porque não adianta nem atrasa. Recomendo-lhe a leitura de qualquer texto de Tony Judt, e dos ensaios que "El Pais" tem publicado sobre o grande autor. Na Imprensa portuguesa não encontra. Que fazer? A alternância de poder (não alternativa) foi muito bem pensada e estruturada pelas classes dirigentes, as quais, no caso português, são das mais retrógradas e ancilosadas que se conhece.

Perguntará o Dilecto: então, não há nada a fazer? Há. Tudo está nas nossas mãos e na nossa inteligência.


b.bastos@netcabo.pt

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A violência da mentira




Já todos ouvimos falar da próxima Cimeira da NATO que vai decorrer em Lisboa nos próximos dias 19 e 20. Eu já por diversas vezes critiquei as politicas e a própria existência da NATO que, em vez de servir para promover a paz, é neste momento o braço armado do capitalismo ocidental para defender impor e conquistar recursos naturais e rotas comerciais. Para isso não hesitam em fazer terrorismo de estado e a guerra, mesmo que nela morram milhares de inocentes sejam eles mulheres ou crianças. Danos colaterais, como gostam de dizer.
Para contestar essa cimeira surgiram em Portugal duas plataformas diferentes, a "Paz Sim, NATO Não", ligada ao PCP e a PAGAN, "Plataforma anti-Guerra, anti-NATO", composta por indivíduos e sem quaisquer ligações partidárias. Tendo participado na criação da PAGAN e da sua filosofia, anti-guerra e não violenta, cedo contactámos a outra Plataforma para tentarmos coordenar trabalho e procurar a cooperação na luta que era comum. Em vão, a nossa colaboração foi recusada e foi-nos dito que era cada um por si. Sabendo da maior experiência e de meios para fazer mobilizações ficou decidido que a Plataforma "Paz sim, NATO Não" organizaria uma manifestação na qual participaria a PAGAN que por seu lado organizaria uma Contra-cimeira em cooperação com outras organizações Internacionais integrantes do movimento "No to War, no to NATO".
Com a aproximação da data e de em Lisboa irem estar o Obama e outros lideres mundiais, os média começaram a lançar a ideia que a cidade ia ficar a ferro e fogo, com policia de um lado e os black-block, do outros grupos violentos do outro. Rapidamente venderam esta ideia, com informações sobre a segurança esperada e a violência que estava a ser preparada. O cenário estava lançado.
Estranhamente, e não sei por acção de quem, (e se suspeito não quero dizer), algumas noticias dos jornais começaram a ligar a PAGAN ao elementos mais violentos. Mesmo estando há muito dito e escrito nas bases da fundação da plataforma a sua natureza não violenta e não havendo um único caso de violência que possa ser atribuído ou associado à PAGAN, essa ideia começou a ser "vendida" pelos média. Cedo protestámos com alguns órgãos de informação por notícias incorrectas e cheias de "veneno", exigindo o direito de resposta que nunca nos foi concedido. Infelizmente é assim funciona a informação em Portugal sempre ao serviço de interesses partidários, económicos e políticos.
A cereja em cima do bolo veio quando um elemento da outra plataforma veio dizer na RR que "já tinha proibido a PAGAN de participar na manifestação" de dia 20. Honestamente não sei se vai ou não vai haver violência em Lisboa durante a Cimeira da NATO, se a acontecer essa violência vai ser obra de Black-blocks, da policia ou de outro qualquer grupo, o que sei é que não serão aqueles que se juntaram na PAGAN que a irão incentivar ou realizar. Vamos promover a Contra-cimeira nos dia 19, 20 e 21 e vamos participar na manifestação com o direito que nos dá sermos cidadãos deste país. Outros podem dizer que são contra a NATO por interesses politico e partidários mas a PAGAN é contra por convicção. Não somos certamente os vilões da história mas também não somos os seus policias. Pelos vistos há outros que não se importam de o ser.

WEHAVEKAOSINTHEGARDEN

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mostra Gastronómica de Caça


Um jantar medieval com degustação de 40 pratos de caça assinala no próximo dia 4 de Dezembro a abertura da XV Mostra Gastronómica de Caça de Mora. O jantar realiza-se na Quinta de Santo António e vai dar à prova a cerca de 350 mastigantes os pratos de caça que vão estar presentes durante a Mostra nos diferentes restaurantes do concelho.

A lauta ementa inicia-se com entradas de caça, desfilando de seguida os cerca de 40 pratos, como Coelho Frito, Arroz de Coelho, Canja de Pombo, Javali à Montanhês, Perdiz Estufada, Sopa da Panela de Pombo, Lebre com Feijão, Patês de Veado, Javali e Coelho, Ensopado de Lebre, Veado à Arcos, Açorda de Perdiz e Pombo Bravo à Dona Bia, entre muitas outras iguarias.

Organizado pela edilidade local, o certame inicia-se a 3 de Dezembro e prolonga-se até dia 12 em 13 restaurantes do concelho de Mora, alguns deles considerados dos melhores do Alentejo. Uma oportunidade única de provar caça de todos as formas e feitios é o que Mora oferece na primeira semana de Dezembro, num evento que já entrou nas tradições gastronómicas da região.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

São Martinho em Pavia


Exposição de Pintura


domingo, 7 de novembro de 2010

Lista das Camaras que vão devolver o IRS aos contribuintes


Eis a lista de câmaras municipais que informaram a Direcção Geral de Contribuições e Impostos de pretenderem devolver aos contribuintes seus residentes alguma percentagem do IRS por estes pago, relativo aos rendimentos que vierem a auferir ao longo do corrente ano 2010. Recorda-se que tal devolução pode ser, no máximo, de 5%.

Na prática, se o seu município devolver, por exemplo, 5% do IRS ao Estado, os seus residentes que tenham pago IRS receberam uma devolução proporcional ao montante que descontaram (ou seja, 5% do valor global pago). Este acerto de contas far-se-á em meados de 2011 quando do apuramento final do IRS de 2010 e poderá implicar um maior reembolso ou um menor imposto a pagar.

Eis a lista de concelhos que devolverão IRS em 2011, agrupados por taxa de devolução (Fonte: Jornal de Negócios):

Devolvem 5% (11):

Albufeira, Alcoutim, Belmonte, Gavião, Lourinhã, Manteigas, Melgaço, Mirandela, Oleiros, Ponte de Lima, Vieira do Minho

Devolvem 4% (1):

Óbidos

Devolvem 3% (8):

Almeida, Armamar, Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão, Nazaré, Penedono, Resende, Vila Flor

Devolvem 2,5% (10):

Fronteira, Góis, Miranda do Douro, Mortágua, Penacova, Penalva do Castelo, Trofa, Vila de Rei, Vila Nova de Cerveira, Vinhais

Devolvem 2% (12):

Arcos de Valdevez, Caldas da Rainha, Cinfães, Cuba, Elvas, Fafe, Lagos, Loulé, Mealhada, Nelas, Paredes de Coura, Ponte da Barca

Devolvem 1,5% (1):

Odemira

Devolvem 1% (16):

Alcácer do Sal, Alcanena, Almeirim, Campo Maior, Cartaxo, Constância, Grândola, Leiria, Mangualde, Marinha Grande, Peniche, Ponta Delgada, São João da Pesqueira, Sintra, Torres Novas, Torres Vedras

Devolvem 0,5% (7):

Abrantes, Aveiro, Caminha, Oeiras, Sines, Vila Nova da Barquinha, Vizela.

No total, 66 dos 308 municípios procederão em 2011 a algum tipo de devolução do IRS. Em 2010 serão 63 concelhos, em 2009 foram 44. Se porventura divide a residência entre dois concelhos e algum deles proceder à devolução de IRS é caso para ponderar se se justifica mudar a sua morada fiscal. Aquilo que também se chama “votar com os pés“.

fonte: economiafinanças

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

E se os comunistas fossem governo ?


Se o PCP fosse governo, numa coisa a história repetia-se: voltariam as nacionalizações e em força. Ao contrário da integração europeia, onde foi notória uma evolução das teses comunistas - embora os dirigentes do PCP continuem firmes combatentes "desta Europa" - a defesa convicta da manutenção de bens centrais da economia nas mãos do Estado não sofreu qualquer alteração.

Se o PCP fosse governo, os bancos e outros sectores estratégicos da economia estariam a ser nacionalizados, como o foram a seguir ao 25 de Abril de 1974. "A recuperação do controlo público dos sectores básicos e estratégicos da nossa economia" continua a ser, ano após ano, uma reivindicação essencial dos comunistas. E os sectores básicos são a banca, a energia, as comunicações e os transportes. A EDP e a GALP, por exemplo, voltariam a ser exclusivamente públicas. É preciso ver que para o PCP "as privatizações são um crime de lesa pátria. Um atentado ao interesse nacional". As palavras duríssimas sobre o assunto são de Bernardino Soares, o líder parlamentar comunista, quando contestou este mês na Assembleia da República as anunciadas privatizações do PEC e prometeu guerra total: "Continuaremos a lutar contra elas e havemos de as derrotar."

Na semana passada, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, esteve em Setúbal a comemorar as nacionalizações de 1975. Numa sessão pública sobre "Nacionalizações e Democracia Económica", Jerónimo defendeu todo o processo de 1975, quando duas centenas e meia de empresas foram nacionalizadas, com destaque para a banca, seguros, metalurgia, metalomecânica, indústrias químicas, celulose.

"O processo de nacionalizações de 1975, cujo aniversário comemoramos, constituiu uma inapagável realização de Abril, da classe operária, dos trabalhadores e do povo português", afirmou Jerónimo de Sousa, acusando as nacionalizações de terem sido postas em causa "desde muito cedo pela acção da contra-revolução e pela política de recuperação capitalista e restauração monopolista, promovida pelo PS, PSD e CDS-PP". E, na opinião dos comunistas, tudo correu mal. A dívida pública não melhorou por o Estado ter vendido os seus bens. "Foram--se as empresas e aumentou a dívida", conclui Jerónimo, para quem "as privatizações anunciadas no PEC, envolvendo 17 empresas do sector empresarial do Estado, vão agravar todos os problemas decorrentes das anteriores privatizações".


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Deixem passar que são do Governo


Sobre as confusões do Orçamento de Estado estarei certo de dizer, que não há memória de se falar tanto num documento essencial para a democracia como as batatas para a caldeirada, se não tivéssemos governados por verdadeiros amadores de cozinha, diria que esta mistura de marisco com carne não leva a nada. Nunca me fiei que o Chef Sócrates tivesse jeito para a culinária, mas fazer cataplana com o Passos Coelho dá numas sardinhas em tomate. Mas são estes os verdadeiros culpados deste almoço agridoce que nos apresentam? Não, mas afinal quem os convocou para cozinhar para nós receitas destas que nos põem em apuros? Mas a responsabilidade está dentro da cozinha de todos nós, quando não há dinheiro para comprar Cherne compra-se pescada, em vez de peixe espada compramos uma lata de anchovas e por ai adiante. Agora que pouco se fala na Grécia, onde a comida é mais à base de porco e oregãos com arroz, também se fala na França onde por sua vez trocam a comida requintada por baguetes do Lidl com fiambre corrente. O resultado desta confusão dá numa fartura de aumento de impostos, e para aqueles mais atentos toca a comprar leite com chocolate pasteurizado antes que aumente o IVA e fartura de Oleo, Compais etc. Há que rechear bem as despensas que a desgraça destas receitas não vão ficar por aqui. Por hoje não deixo nenhuma receita, mas prometo colocar aqui algumas com 6% de IVA nos proximos tempos.

Uma boa noticia (pelo menos) o vinho vai ficar a 6% e não aumenta para 23%, parabens Sr. Ministro! E não digam que não vão daqui!! Pobres mas felizes...