sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Viva a Crise...




Viva a crise! Assim começou o festival internacional de curtas-metragens de Évora. O filme do romeno Alexei Gubenco (Vive la crise!, 2009) aborda a crise actual, mas apresenta formas de reagir e mesmo de a resolver. “Um filme que aconselho a todos os políticos portugueses” diz o director do festival, João Paulo Macedo.

O FIKE 2010 acontece numa altura em foi anunciado o fim do contrato celebrado entre a Câmara de Évora e o cineclube da Universidade de Évora para a exibição de cinema comercial. A cidade pode assim ficar, de vez, fora do circuito do cinema mais visto em todo o mundo, a partir do dia 1 de Novembro. Mas até sábado não vai faltar cinema. Ao todo são 40 filmes que estão em competição, a que se juntam mais 70 extra-concurso, oriundos de mais de 20 países.

“Estão representado diversos géneros cinematográficos como animação, ficção e documentário” revelou o director do certame que se realiza pela nona vez. Uma mostra multicultural que este ano se estende ao Alandroal, concelho onde irão decorrer sessões para escolas e ainda o workshop “Como se faz um filme”, dirigido por Henrique Espírito Santo.

Já em Évora, para além da competição, estão previstos concertos, todas as noites e uma Master Class que será dirigida por Ruy de Carvalho, Nicolau Breyner e Manuela Couto. O FIKE 2010 É organizado pela Sociedade Joaquim António de Aguiar e pelo cineclube da Universidade de Évora em parceria com a associação Estação Imagem e tem o apoio das câmaras municipais de Évora e de Alandroal, do instituto do Cinema e Audiovisual e de diversas empresas da cidade de Évora.

14 comentários:

  1. Ó gato agora é que acertaste, o povão no está virado para aí.
    A gente quer é falar das merdas que estes filhos da mãe (deles) tem feito ao concelho e ao país.
    Aquelas merdas que os nossos filhos e netos vão ter de pagar: As multi-reformas milionárias, as obras desnecessárias, os foguetórios, os faustos repastos e as outras merdas.
    Pela parte que me toca agradeço o anúncio, mesmo sem saber quanto é que isto nos vai custar.

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  2. Toda a cultura custa dinheiro, na tua opinião não se fazia cultura, era só trabalho e saúde para desempenhar esse trabalho. Pensa melhor no assunto.

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  3. À atenção do administrador do blog, uma pergunta e uma sugestão.

    Por que razão, nesta “nova versão” do blog, ao ser publicado um post novo, o post anterior deixa de estar visível? É que estando visíveis vários posts ao mesmo tempo, como acontecia na “versão antiga”, isso permitiria uma consulta mais directa, mais prolongada no tempo e, consequentemente, mais disponíveis esses posts ficariam a comentários e troca de opiniões. Assim, logo que um tema desaparece, parece perder o interesse.

    Eu não percebo grande coisa do assunto, mesmo quase nada, mas, pelo que me têm dito, isto deve-se a uma questão de definição ou configuração do blog. A ser uma questão de definição ou de configuração, estas podem, certamente, alterar-se.

    Eu sei, como é óbvio, que os posts que vão sendo substituídos estão mas mensagens antigas. Mas não é a mesma coisa.

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  4. Eu sou um adepto de toda a cultura, mas acho estranho que câmaras municipais falidas, com pagamentos atrasados a fornecedores na ordem de milhões de euros e com passivos gigantescos, ainda consigam de ânimo leve embarcar nestes despesismos.
    É no mínimo, surrealista, é preciso perceber que há gente com famílias que dependem desses pagamentos.
    Será que também vão ficar a dever aos artistas?

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  5. Está decidido: Este ano não haverá ornamentação de Natal em Évora.

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  6. Mas a Câmara de Évora esta assim tão mal??? Deve ser culpa do Sinogas...

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  7. Sobre o estado da CM Mora, tens de perguntar ao Eng. Luís Simão, ele é mais habilitado para responder.
    Não se tem visto grande actividade, é verdade, é da crise.

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  8. In Cravo de Abril
    O caso conta-se em poucas palavras:
    cinco membros da JCP, quatro raparigas e um rapaz, foram detidos pela PSP quando procediam à pintura de um mural na Rotunda das Olaias, em Lisboa; levados para a esquadra, foram insultados, ameaçados e... obrigados a despir-se.
    Repito: obrigados a despir-se.
    O meu protesto vigoroso contra estas práticas, inspiradas nos comportamentos dos cowboys dos polícias americanos.

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  9. Mas o Eng. Luís Simão é presidente de Évora????

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  10. O Eng. Luis Simão é presidente de alguma coisa????

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  11. É Presidente dos Pombos de Cabeção e das Borracheiras, do Seu Inspirador, o Timoneiro de Pavia.

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  12. QUEIXA DAS ALMAS JOVENS SATURADAS

    Em Mora não tens cinema mas há muita fita, não tens teatro mas há actrízios e actrízias, não tens banda de música mas fartam-se de te dar música, não tens exposições mas tens grandes ‘indisposições’…

    Também não tens trabalho, não tens saúde, não tens direitos iguais aos outros, não tens liberdade como os outros têm.

    Não tens futuro, nem esperança, nem expectativas.

    Em Mora não tens Arte, não tens FIKEs, não tens DOCLISBOAs, nem tens nada*!
    E duas salas de cinema estão às moscas.

    Tens em troca Fluviários e Qualidades, Touradas e Vaidades, Expos e Bailes pimba, Almoços e Jantares, Rotundas para gastares dinheiro e dinheiro para ser mal gasto.

    E não abras bico! Cai-te a padralhada moralista toda em cima, a seita neo-conservadora, os que olham para o lado quando tu reclamas da vida insustentável e os que, mal agradecidos, nem sabem quanto precisam de ti para garantir os seus empregos.

    Vão-te apontar o dedo. Nem vêem, pobres de espírito, como nesse gesto acusatório a mão que te aponta o dedo a ti dirige os restantes para eles próprios.
    São assim, nunca se auto criticam, campeões da inércia, julgadores em causa própria, mandadores sem lei.

    E dizem-te que és maluco, que fazes o jogo do Sócrates, que queres é mama, que O partido é que é bom, que tu és mau, és ruim, que não prestas.
    Sejas tu, quando protestas de algo, as sete pragas do Egipto transformadas nas sete pregas de Mora, porque eles ficam sempre de fora. O único e grande responsável por todos os males desta terra é sempre o Governo. É sempre qualquer causa externa, nunca é interna.

    E tudo,
    tudo para que desistas de seres quem és e sejas como eles querem. Pim!


    *Honrosa excepção seja feita à rapaziada das bicicletas, da natação, do futsal, do futebol, do pedestrianismo. Mereciam mais apoio. A cultura física é apenas uma vertente da Cultura em geral.

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  13. Declaração pública de Paulo Varela Gomes

    Texto publicado no jornal Público de 23 de Outubro de 2010

    Sobre Paulo Varela Gomes:
    Licenciado em história pela Universidade Clássica de Lisboa (1978), mestre em história da arte pela Universidade Nova de Lisboa (1988), doutorado em história da arquitectura pela Universidade de Coimbra (1999). Docente do DARQ desde 1991, professor convidado do Dep. Autónomo de Arquitectura da Universidade do Minho desde 2001, docente convidado de outras universidades portuguesas e estrangeiras. A principal área de investigação e publicação tem sido a história da arquitectura e da cultura arquitectónica portuguesa dos séculos XVII e XVIII.


    DECLARAÇÃO


    As medidas que o Estado português se prepara para tomar não servem para nada. Passaremos anos a trabalhar para pagar a dívida, é só. Acresce que a dívida é o menor dos nossos problemas. Portugal, a Grécia, a Irlanda são apenas o elo mais fraco da cadeia, aquele que parte mais depressa. É a Europa inteira que vai entrar em crise.

    O capitalismo global localiza parte da sua produção no antigo Terceiro Mundo e este exporta para Europa mercadorias e serviços, criados lá pelos capitalistas de lá ou pelos capitalistas de cá, que são muito mais baratos do que os europeus, porque a mão-de-obra longínqua não custa nada. À medida que países como a China refinarem os seus recursos produtivos, menos viável será este modelo e ainda menos competitiva a Europa. Os capitalistas e os seus lacaios de luxo (os governos) sabem isso muito bem. O seu objectivo principal não é salvar a Europa, mas os seus investimentos e o seu alvo principal são os trabalhadores europeus com os quais querem despender o mínimo possível para poderem ganhar mais na batalha global. É por isso que o “modelo social europeu” está ameaçado, não essencialmente por causa das pirâmides etárias e outras desculpas de mau pagador. Posto isto, tenho a seguinte declaração a fazer:

    Sou professor há mais de 30 anos, 15 dos quais na universidade.

    Sou dos melhores da minha profissão e um investigador de topo na minha área. Emigraria amanhã, se não fosse velho de mais, ou reformar-me-ia imediatamente, se o Estado não me tivesse já defraudado desse direito duas vezes, rompendo contratos que tinha comigo, bem como com todos os funcionários públicos.

    Não tenho muito mais rendimentos para além do meu salário. Depois de contas rigorosamente feitas, percebi que vou ficar desprovido de 25% do meu rendimento mensal e vou provavelmente perder o único luxo que tenho, a casa que construí e onde pensei viver o resto da minha vida.
    Nunca fiz férias se não na Europa próxima ou na Índia (quando trabalhava lá), e sempre por
    pouco tempo. Há muito que não tenho outros luxos. Por exemplo: há muito que deixei de comprar livros.

    Deste modo, declaro:

    1) o Estado deixou de poder contar comigo para trabalhar para além dos mínimos indispensáveis. Estou doravante em greve de zelo e em greve a todos os trabalhos extraordinários;

    2) estou disponível para ajudar a construir e para integrar as redes e programas de auxílio mútuo que possam surgir no meu concelho;

    3) enquanto parte de movimentos organizados colectivamente, estou pronto para deixar de pagar as dívidas à banca, fazer não um, mas vários dias de greve (desde que acompanhados pela ocupação das instalações de trabalho), ajudar a bloquear estradas, pontes, linhas de caminho-de-ferro, refinarias, cercar os edifícios representativos do Estado e as residências pessoais dos governantes, e resistir pacificamente (mas resistir) à violência do Estado.

    Gostaria de ver dezenas de milhares de compatriotas meus a fazer declarações semelhantes
    In:Pimenta Negra

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  14. As constatações apresentadas por Paulo Varela Gomes, toca no busílis desta trama dos capitalistas europeus, estamos perante o PEC 3, mais virão, serão tantos quantos necessários até ficarmos de tanga.
    Há soluções? há, não passam de certeza por estes políticos, nem por esta política, nas nossas mãos residem as soluções, nem que para isso seja necessário pegar em armas.

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